Bansky : do subversivo ao imersivo

A história das obras eletronicamente interativas inicia-se na década de 60, quando foram dados os primeiros passos no sentido de projetar obras de arte capazes de reagir em tempo real aos movimentos do espectador.

Estes “ambientes responsivos” foram feitos graças as pesquisas de Myron Kruger em ciência da computação e arte digital.

No início do século XXI, passam a ganhar destaques as chamadas exposições imersivas, com a sofisticação de interações polisensoriais utilizando vídeos, luzes, sons trilhas sonoras e por vezes até essências olfativas.

No livro: “ No interior do cubo branco”, escrito por Brian O’Doherty vemos o esforço dos galeristas modernos de isolar o visitante criando um espaço aparentemente apartado do mundo da vida.

O livro chama atenção para o fato de que espaços expositivos não são neutros, e que as exposições imersivas, em sua busca por entretenimento podem dissolver a historicidade crítica da obra.

“ O princípio de aparência extemporânea ou atemporal, implica a pretensão de que a obra já pertence a posteridade - quer dizer que é garantia de bom investimento “

Você já foi numa exposição imersiva ?

Sentiu de algum modo esta comercialização da experiência estética ?

Em São Paulo e em diversas cidades do mundo tem percorrido a exposição sobre o artista conhecido como

ART of BANSKY : WITHOUT LIMITS

Sinto uma contradição ainda mais aguçada na escolha deste artista que é um ativista político que usa o stencil como crítica social nas ruas de diversas cidades.

Você pode ver as sua obras aqui : https://www.banksy.co.uk/

Seu contraponto ao mercado da arte ficou explícito na venda da pintura da menina com o balão vermelho em um leilão e o vídeo que dizia que a obra tinha na moldura um dispositivo de destruição com a frase:

“The urge to destroy is also a creative urge”

Hoje na exposição imersiva , com 160 obras em exposição num shopping e com milhares de fotos “instagramáveis” da experiência sinto aumentar esta incongruência entre mensagem e forma.

E você o que pensa ? A exposição imersiva amplia a crítica social doa artista ou dissolve tudo num frenesi consumista ?

Veja nossa pasta no pinterest sobre Bansky :

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